Santos 2×1 Peñarol
O Peixe confirmou o favoritismo e garantiu o tricampeonato da América!
O jogo foi tranquilo, fácil.
A diferença técnica dos elencos é gigantesca.
Não gostei da atuação de Neymar, mas o considero o principal jogador da campanha vitoriosa. Ele decidiu outras classificações contra adversários mais complicados.
Rafael, que pouco foi exigido, vem logo atrás pelas grandes defesas diante de América-Mex nas oitavas-de-final e Cerro Porteño na semi.
Muricy, responsável por acertar o sistema defensivo, também deve ser aplaudido.
Ganso voltou e deu o toque de classe e inteligência ao meio-campo.
Ele, Arouca, Elano, Danilo e Adriano foram os melhores contra os uruguaios.
O Peñarol foi o time mais fraco que o Santos encarou no mata-mata.
O vice-campeonato está de ótimo tamanho para o futebol demonstrado pela equipe ao longo do torneio.
Parabéns aos atletas, diretores, comissão técnica e, acima de tudo, à nação santista pela histórica conquista!
O momento é de festejar e pensar nos dois jogos restantes para a conquista do trimundial.
Sem surpresas
Muricy fez o óbvio na volta de Ganso. Escalou o meia desde o início, deslocou Danilo para a lateral-direita e tirou Pará.
Edu Dracena, suspenso, e Léo, machucado, que não disputaram a partida de Montevidéu, retornaram ao time.
Diego Aguirre repetiu a escalação do jogo de ida.
Eis as escalações do 4-4-2 santista e 4-4-1-1 dos carboneros.
Rafael; Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo; Adriano, Arouca, Elano e Ganso; Neymar e Zé Eduardo
Sosa; González, Valdez, Guillermo Rodriguez e Dario Rodriguez; Freitas, Luis Aguiar, Mier e Corujo; Martinuccio; Olivera
Sistemas defensivos dominam
O andamento do primeiro foi tão previsível quanto as formações dos times.
O Santos começou o trabalho de marcação no meio-campo. Não forçou o erro dos zagueiros adversários apertando a saída de bola. Decidiu esperar.
O bom posicionamento defensivo e a falta de qualidade aurinegra no trato da redonda deram vida mansa ao goleiro Rafael.
O Santos não enfrentou dificuldade alguma para recuperar a dita cuja.
Os problemas apareceram quando os santistas estavam com ela.
O Peñarol também marcou corretamente. Diferentemente do Peixe, o fez mais a frente.
Se esperasse no meio-campo, facilitaria o a vida de Arouca, Elano e Ganso, perigosos se tiverem espaço.
Por isso Corujo, Olivera e Martinuccio tentaram roubar a bola na área santista.
Não conseguiram, todavia forçaram os chutões dos zagueiros para os atacantes.
Ganso e Adriano, os destaques
Dos pés de Ganso saíram os melhores lances de ataque.
Pressionado, o meia de categoria e inteligência muito acima da méia achou pequenos espaços para colocar seus companheiros em boa situação.
No melhor deles, aos 30, González tomou amarelo para evitar que Neymar ficasse cara a cara coim Sosa. Elano cobrou o falta e obrigou o goleiro a fazer difícil defesa.
Adriano também merece aplausos.
O contragolpe aurinegro foi praticamente nulo. Martinuccio era o responsável por ele, mas o volante impediu o argentino de jogar.
Elano cresce por causa de Ganso
Durante a fase de recuperação de Ganso, Elano foi o jogador com mais liberdade no meio-campo. Como se diz no futebolês, foi o quarto jogador do setor.
Elano funciona bem como terceiro. Tem facilidade para entender quando precisa ser volante, meia, atacante…
A inteligência tática dele fez com que participasse mais da partida.
Não brilhou, contudo foi útil, importante.
Léo perde a grande chance
Aos 43, Zé Eduardo fez jogada pela esquerda, no “bate-rebate” a bola sobrou para Léo, livre, de frente para o gol. Afobado, o veterano canhoto chutou de direita para fora.
No mais, só levantamentos na área aproximaram o Peixe do gol.
Errado Neymar
O jovem craque foi mal na etapa inicial. Perdeu a batalha contra os defensores uruguaios e caiu na provocação deles.
Aos 34 entrou de própósito com a sola da chuteira na canela de Gonzáles, que vencia a batalha entre eles.
O atacante tomou cartão amarelo e defensor, machucado, deu lugar a Albín.
O lance irritou os uruguaios que começaram a chegar nos rivais de forma mais dura.
Ganso acabou sendo a principal vítima.
Iluminado Neymar!
A primeira jogada da etapa complementar mudou a cara da decisão.
Arouca se livrou do marcador e tocou para Neymar.
Ele chutou no canto direito de Sosa.
O goleiro falhou, viu a bola morrer no fundo do gol e a torcida festejar junto com Neymar o gol que mudou a cara do jogo.
Espaço de sobra para o contrataque
O Santos, como sempre faz quando fica em vantagem, recuou.
O Peñarol, fraco na hora articular jogadas de ataque, foi para cima e passou a levantar a gorduchinha na área.
E também deu muito espaço para os contragolpes.
Era o momento de Neymar brilhar e acabar com a decisão.
Mas ele não jogou bem.
Atacantes falham. Danilo resolve!
Imagino os nervos do torcedor santista com Zé Eduardo.
Ansioso, às vezes egoísta, perdeu duas oportunidades incríveis.
Como ele e Neymar não aproveitaram as avenidas aurinegras, coube ao lateral-direito Danilo fazê-lo.
Aos 23, recebeu passe de Elano, chutou no canto esquerdo de Sosa e praticamente garantiu o título.
Só gol-contra mesmo
Um minuto antes do 2×0 Alex Sandro entrou no lugar de Léo.
Diego Aguirre já havia trocado Mier por Uretavizcaya.
Não tinha opções no banco e viu seus comandados insistirem nas inúteis bolas levantadas na área.
Stoyanoff substituiu Albin aos 33.
No minuto seguinte o Peñarol achou um gol.
Durval tentou cortar o cruzamento e empurrou a dita cuja contra as redes de Rafael.
Se o Peixe teve sorte no 1×0, os visitantes contaram com a mesma alegria naquele momento.
Sem pressão
Os carboneros continuaram tensos e inofensivos.
Nem ameaçaram pressonar.
O Santos desperdiçou, de novo com Neymar e Zé Eduardo, duas excelentes oportunidades antes de Sergio Pezzota soprar o fim da Libertadores.
Incontestável
O Santos mereceu o título.
Se propôs, depois da chegada de Muricy, a se defender e viver do talento dos meio-campistas e de Neymar, e obteve sucesso.